segunda-feira, 20 de junho de 2011

Reunindo a Tropa!



Sou de um tempo em que a Seleção Brasileira se reunia um mês, quarenta dias antes, numa estância balneária, tipo Araxá, Caxambu, São Lourenço, e ficava ali treinando até embarcar numa barca furada em direção à Copa América, que não era chamada assim, mas, sim, Campeonato Sul-Americano de Futebol.

Digo barca furada, porque, apesar da excelência dos nossos craques daquela época, voltávamos invariavelmente cheios de escoriações, na bola e no pau. Quando não dava Argentina, dava Uruguai e vice-versa, muito raramente, um Paraguai do Feiticeiro Fleitas Solich e do primeiro Romerito afamado.

O primeiro título sul-americano de minha memória foi aquele, às vésperas da Copa de 50, disputado em São Januário, de relativa validade, já que a Argentina de Di Stefano, Labruna, Moreno, Rossi e cia. bela, rompida com a CBD (antiga CBF), negou-se a comparecer, como, aliás, o faria na Copa do Mundo também.

Antes disso, apenas os ecos de 1919 e 1922, heroicos tempos de Fried, Neco e Heitor, ambos também disputados no Brasil.

E olhe que tivemos, nesse período todo, craques excepcionais, como Domingos da Guia, o Divino Mestre, Leônidas da Silva, o Diamante Negro, Zizinho, Heleno, Romeu, Tim, Heleno de Freitas, Ademir Queixada, o diabo a quatro, E, depois, já nos anos 50 e 60, Didi, Pelé, Garrincha, Julinho Botelho etc.

Mas, essas são águas passadas – serão? O fato é que Mano Menezes acaba de reunir a tropa para mais uma aventura sul-americana, justamente na casa do nosso maior rival, a Argentina de Messi.

Terá dez dias para afiar a turma, ainda sem os três santistas de escol Neymar, Ganso e Elano. Dos três, dois são essenciais – Ganso e Neymar. E, desses dois, Ganso, que vem de longa recuperação, ainda é uma incógnita. Dúvida que começará a ser desfeita caso ele participe, sem problemas, da decisão da Copa Libertadores, contra o Peñarol, depois de amanhã.

E Ganso é justamente aquele que, nos trinques, pode fazer Neymar render o máximo, fator determinante para a campanha brasileira na Argentina. Ainda mais se Pato, outro que vem de demorada ausência dos campos, entrar na devida forma e resistir às durezas dessa competição.

Sim, porque, se nossa defesa não causa apreensões, do meio-campo pra frente é que a coisa pega. Não tenho dúvidas de que, com todos os convocados na sua forma ideal, Mano pode armar uma artilharia pesada sobre os demais concorrentes, digamos, com Lucas Leiva, Ramires ou Elano ou ainda Elias e Ganso; Robinho, Pato e Neymar.

Não sei se Mano arriscaria tanto, embora saiba que esse sistema no 4-3-3 é de sua preferência, talvez com Lucas no lugar de Robinho. É justamente isso que começará a se delinear a partir de hoje, quando a Seleção se reúne para suas primeiras avaliações.

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