Digamos que o Palmeiras simplesmente não tenha se empenhado além de seus limites. Isso não é crime, mesmo porque é tão flagrante a superioridade técnica do Flu sobre o Verdão, que ninguém pode garantir seria outro o placar caso os palestrinos colocassem os bofes pra fora na Arena de Barueri.
Assim, o Tricolor carioca vai para a rodada final com as duas mãos na taça. É só não fazer nenhuma besteira que o título vai para as Laranjeiras, entre outras coisas porque o adversário da vez será um Guarani já rebaixado, desmoralizado e, muito provavelmente, sem forças para se antepor à caminhada gloriosa do Flu.
Mas, bem que o Verdão assustou, no início, com aquele disparo fatal de Dinei, lá do meio da rua, que abriu a contagem. Mas, o Flu estava lá munido de seu quarteto de escol – Deco, Conca, Fred e Emerson. E, nem precisou tanto deles para virar o jogo. Deco saiu logo de cara, machucado e a dupla Emerson-Fred, apesar das investidas iniciais, não resolveram. Só Conca manteve o nível de sempre, e os que decidiram as coisas foram Carlinhos e Tartá.
De resto, foi deixar o tempo passar, sob o delirante apoio da torcida tricolor e a lamentável demonstração de incivilidade dos palmeirenses que se postaram atrás do gol de Deola pedindo para o goleiro abrir a porteira.
Que pobreza de espírito, meu Deus… E que falta de respeito ao Fluminense, que chegou onde está com suas próprias pernas e dispensa essa torcida auxiliar, perversa e imbecil.
Não, meu amigo, não espiei nenhuma bola de cristal, tampouco saquei da caixa de milagres a ideia aqui exposta dias atrás sobre a possibilidade de Danilo substituir Ronaldo no jogo com o Vasco, no Pacaembu, neste domingo.
Foi apenas uma reflexão baseada na lógica do jogo (sim, futebol tem lógica, meu caro, e como!). Danilo seria a melhor alternativa, nesse caso específico. E foi, como provaram sua atuação e seu gol de cabeça, o segundo, na vitória do Corinthians sobre o Vasco, por 2 a 0.
Isso mantém o Timão respirando na última rodada, na esperança de que um milagre (aí, sim) ocorra no Brinco de Ouro da Princesa.
Salve, salve, Dorival!
Ele salvou o futebol brasileiro do ramerrão em que se encontrava há décadas, juntando aqueles meninos da Vila, e nos oferecendo o maior espetáculo do ano, naquele deslumbrante primeiro semestre do Santos de Ganso, Neymar e cia., um time que, além de dar show, marcou mais gols em quatro/cinco meses do que a imensa maioria consegue marcar em dois anos.
E ele acaba de salvar o Galo da suprema humilhação do rebaixamento, ao bater o Goiás por 3 a 1, em Sete Lagoas.
E olhe só a diferença. No Santos, moldou um time de garotos anônimos que, rapidamente atingiram o estrelato. No Atlético, remontou um time de famosos que haviam perdido a alma e o brilho sob o comando de Luxemburgo, o maior de todos os treinadores brasileiros. Elenco escolhido a dedo, que custou os tubos, mas que não saía da zona de descenso nem a pau, nem a reza braba.
Bastou, porém, Dorival Jr. desembarcar na Pampulha, e, zás!, como num passe de mágica, o Galo levantou a crista e saiu das trevas a bicadas certeiras pra todos os lados.
Esse bicho é bom e tem estrela.