Fla não consegue disfarçar problemas com R10 e situação do craque fica insustentável

A discordância nos valores referentes aos salários atrasados de Ronaldinho Gaúcho foi o estopim para mais uma crise de relacionamento entre Flamengo e jogador. Por mais que a diretoria tenha se esforçado, o clube não consegue mais disfarçar os problemas e a convivência com o craque se torna insustentável a cada nova polêmica dentro e fora de campo.

Sem jogos, Ronaldinho se cala, já que não concede entrevistas fora do campo de partida. A diretoria, por sua vez, fala pouco e tenta passar uma imagem de tranquilidade sobre os imbróglios. No entanto, a verdade, segundo apurou a reportagem, é que ambas as partes já não aguentam mais tantos desgastes e estudam uma saída pacífica para o fim da relação.

Assim como em outras oportunidades, o rompimento do vínculo com o jogador voltou a ser cogitado nos bastidores da Gávea. Mas o alto valor da multa rescisória deixa a diretoria de mãos atadas. Sem dinheiro nem para cumprir com as obrigações dos pagamentos referentes ao salário de Ronaldinho, os dirigentes do Flamengo não escondem a insatisfação por não poderem fazer nada e terem que carregar um "peso" tão grande.

Pelo lado de Ronaldinho, a insatisfação também se dá sobre as recorrentes cobranças sobre o seu desempenho em campo. Sob o argumento de que não recebe em dia, o jogador e seu irmão e empresário, Roberto Assis, acham que os questionamentos são injustos. Para ambos, mesmo sem receber há quatro meses, o craque não deixa de cumprir seu papel.

"Falam muitas coisas sobre o desempenho dele em campo e sobre a frequência dele nos treinos, mas ele nunca deixou a desejar. Além disso, os salários não estão em dia. O problema é que a cobrança no Flamengo nem sempre acontece na direção certa", avaliou Assis, deixando claro o desgaste entre clube e jogador.

Sem uma solução para os problemas recorrentes com o jogador, a diretoria do Flamengo acaba tendo que arranjar soluções alternativas para lidar com o alto custo do craque. Na reformulação prometida para o departamento de futebol, a ideia dos dirigentes é tirar "um Ronaldinho" do orçamento mensal.

Entre dispensas e atletas em fim de contrato, os rubro-negros esperam economizar R$ 1,2 milhão na folha salarial. O valor é o mesmo pago pelos vencimentos do camisa 10. Sem alternativas para o caso do principal jogador, os coadjuvantes acabam pagando a milionária conta no Flamengo.