sexta-feira, 26 de setembro de 2008

São Cristóvão prega união dos pequenos no futebol


São Cristóvão tem direito ao Mecanismo de Solidariedade em cada transferência de Ronaldo

Toda vez que o atacante Ronaldo Fênomeno se transfere de um time para outro, o São Cristóvão lucra com a transação. O clube foi beneficiado pela Fifa com o Mecanismo da Solidariedade, que determina a partilha de 5% do valor de venda entre os times que abrigaram um atleta até os 23 anos. Perguntado sobre a importância desta verba nas finanças são-cristovenses, Maciel Filho garante que não chega a ser um diferencial se comparado à renda de outros pequenos do Rio de Janeiro.- É um dinheiro esporádico. Não podemos contar com essa ajuda. Não dá para prever quando o Ronaldo vai se transferir para outro time - diz.


Treze anos afastado da elite do futebol carioca, o São Cristóvão resiste com otimismo à inapelável queda de prestígio. Não que os cofres do clube estejam abarrotados de dinheiro ou a Segundona Estadual seja tão rentável quanto a Primeira Divisão. Mas o presidente do Alvinegro da Leopoldina, Maciel Filho, busca energia nos 109 anos de história para sonhar com um futuro promissor. - Temos time profissional o ano todo. Não dependo de empresários para disputar a Segundona do Carioca. Se não jogo a Série C é porque não classificamos. Na hora que chegarmos lá, sei que não vai ser difícil conseguir patrocinadores - brada o dirigente.



União faz a força
Surpreso com a "invasão" dos clubes bancados por prefeituras do interior no Campeonato Carioca deste ano, Maciel Filho acredita que a saída para os times pequenos tradicionais voltarem à Primeira Divisão é a união de todos. Caso contrário, eles permanecerão alijados da competição com os quatro grandes por tempo indeterminado. - O patrocícino das prefeituras é ingrato, mas não injusto. O que deveria acontecer é a união de forças dos clubes pequenos do Rio. Mas ninguém sequer marca uma reunião. Poderíamos reivindicar, por exemplo, duas competições: uma entre clubes metropolitanos e outra disputada por times do interior. O futebol tem uma mídia muito forte. Não temos penetração estadual, mas eles (times do interior) apresentam grande peso local - pondera.




Com folha salarial de R$ 26 mil por mês (podendo chegar a R$ 60 mil durante a Segunda Divisão do Carioca), o São Cristóvão tem como principais fontes de renda o aluguel do Estádio Figueira de Melo, das quadras de futebol society e de outdoors na região da Leopoldina, Zona Norte do Rio. Dos 1.500 sócios, 600 estão com a mensalidade em dia. Isso gera verba suficiente para manter a parte social do clube, mas não para investir nas categorias de base e, muito menos, sustentar o time profissional em atividade. - O São Cristóvão só disputa a Segunda Divisão do Campeonato Carioca. Não pretende participar da Copa Rio por uma questão de relação custo-benefício. No entanto, arrecadamos em amistosos contra os quatro grandes do Rio e emprestando jogadores para diversos clubes - afirma o presidente.

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