quarta-feira, 4 de agosto de 2010

CBF acusa funcionário da Caixa de se recusar a entregar 'Taça das Bolinhas'

A discussão sobre a "Taça das Bolinhas", entregue aos campeões brasileiros de 1975 a 92, não está restrita apenas a São Paulo e Flamengo, que se intitulam os primeiros pentacampeões nacionais e reivindicam o troféu. O objeto agora gera divergência entre a Confederação Brasileira de Futebol e a Caixa Econômica Federal, que guarda a taça há 18 anos em um cofre localizado em sua sede no Centro do Rio de Janeiro. Em uma nota divulgada nesta quarta-feira, com quatro documentos anexados, a CBF afirma que o seu "pleito (...) de receber o troféu não foi atendido" pelo banco.

Em um dos documentos apresentados em seu site, a CBF afirma que o superintendente geral de marketing da Caixa, Clauir Luiz Santos, "se recusa a emitir parecer autorizando a entrega da taça" por possuir "um projeto pessoal de marketing para a entrega" do troféu, o que não é aceito pela Confederação.

A entidade afirma que vem tentando retirar o troféu da sede carioca do banco desde abril deste ano. No dia 13 de abril, ofício assinado pelo secretário-geral, Marco Antônio Teixeira, solicitando a devolução, foi, segundo a CBF, recusado pela Caixa, que exigia um documento do presidente Ricardo Teixeira. Um novo pedido, assinado pelo mandatário, com a mesma data, foi recebido pelo banco. Mas este exigiu que a assinatura fosse reconhecida em cartório. O que foi feito em 7 de maio e registrado na Caixa três dias depois.

- Ainda assim, o pleito da CBF de receber o troféu não foi atendido. A partir daí, foram mantidos contatos telefônicos para tentar resolver o assunto e também diversas diligências feitas pelo funcionário do Departamento Jurídico da entidade, Amilar Fernandes Alves, o que se traduziu na última tentativa - ainda sem sucesso - da CBF de retirar a Taça das Bolinhas - afirma a entidade.

Clauir dos Santos entre a ex-presidente da CBG,
Vicélia Florenzano, e Clarice Copelli,
vice-presidentede tecnologia da informação da CEF
(foto abaixo)



Em carta do dia 29 de julho, Amilar Fernandes Alves afirma ter sido informado pelo superintendente regional da Caixa, identificado apenas como "Sr. Plínio", que o superintendente geral de marketing do banco, Clauir Luiz Santos, teria um "projeto pessoal" para realizar a entrega do troféu e que se recusava a emitir um parecer de devolução.

A assessoria da Caixa afirmou que a diretoria do banco estava reunida durante a tarde para tratar do assunto.

Nesta quarta-feira, a CEF divulgou uma foto da "Taça das Bolinhas", após uma nota publicada pelo colunista Ancelmo Gois, no jornal "O Globo', afirmar que a CBF desconfiava que a peça teria desaparecido. Temor que foi negado pela entidade na nota divulgada à tarde.



Sede central da Caixa Econômica no Rio
onde a'Taça das Bolinhas' está guardada
(Foto abaixo)
A taça está de posse da Caixa Econômica Federal desde 1992, ano em que o Flamengo foi campeão brasileiro. O clube considera aquele seu quinto título nacional, mas a CBF não reconhece a conquista da Copa União de 1987. A polêmica voltou à tona em 2007, ano em que o São Paulo conquistou o Brasileiro pela quinta vez. Em 2010, Ricardo Teixeira bateu o martelo: com base em avaliação de uma comissão jurídica, decidiu que o São Paulo foi o primeiro clube a conquistar oficialmente o penta brasileiro e, dessa forma, teria direito a receber o troféu. A diretoria do Flamengo tenta mudar a decisão judicialmente.

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