sábado, 30 de janeiro de 2010

Mais de 20 técnicos perdem o emprego logo no início da temporada 2010

Em Goiás, só Hélio dos Anjos foi dispensado entre os clubes da elite, por enquanto, mas em outros estados a coisa é bem diferente. Em São Paulo, por exemplo, se ninguém foi demitido na Série A-1, 40% das equipes da Segundona paulista já trocaram de técnico. Foram nove mudanças, sendo que apenas uma delas foi decisão do técnico. O União Barbarense já demitiu dois profissionais em cinco rodadas. Um dos últimos a ser dispensado foi Candinho Farias, que estava no Catanduvense. O treinador acha que a rotatividade no emprego passa pela baixa qualidade dos atletas.

- Quando o dirigente precisa dar uma satisfação ao torcedor, o treinador vira o culpado pelos problemas. Mas a verdade é que a qualidade dos atletas caiu muito. Os times estão equilibrados por baixo. Mesmo na Copa São Paulo de Juniores, com 91 equipes brasileiras, você não consegue juntar 20 jogadores promissores. Além disso, os atletas estão subindo muito novos e sem fundamentos. Alguns treinadores são vítimas da má formação na base - explicou Candinho, também por telefone.

Para provar a sua teoria, ele cita os números da sua passagem relâmpago pelo Catanduvense, em que obteve duas vitórias e três derrotas.

- No meu caso, você vê o histórico de finalização do Catanduvense nos últimos três jogos e comprova o que estou falando. Contra o Atlético Sorocaba (vitória por 1 a 0), foram 11 finalizações no segundo tempo e fizemos um gol apenas. Diante do América (derrota por 3 a 1), tivemos seis oportunidades nos primeiros 20 minutos e nada. E na partida frente ao Flamengo de Guarulhos, a equipe teve 15 situações claras de gol e perdemos por 1 a 0 com um gol de pênalti aos 49 do segundo tempo - contou, afirmando ainda que rejeitou duas propostas enquanto estava empregado por lealdade ao projeto da Catanduvense, mas, por ora, prefere parar um pouco e ir pescar.
Ano novo, hábitos antigos. Demitir treinadores logo no início da competição não foi uma decisão tomada apenas por Botafogo e Goiás, que dispensaram Estevam Soares e Hélio dos Anjos, respectivamente. Outros 22 técnicos perderam seus empregos com poucas rodadas se contarmos as equipes que disputam os seguintes Estaduais: Paulistão (Séries A-1 e A-2), Carioca, Mineiro, Gaúcho, Paranaense, Catarinense, Pernambucano, Baiano e Goiano.

O Esmeraldino, por sinal, começou mal a temporada e três derrotas seguidas custaram o emprego de Hélio dos Anjos após um ano e meio no cargo. O experiente treinador lembrou que perdeu sete titulares como Julio Cesar, Iarley e Fernando, que foram para Fluminense, Corinthians e Flamengo, mas isso não sensibilizou a diretoria a esperar a remontagem do elenco.

- Em se tratando do futebol brasileiro, acho isso normal. Não devia ser natural, mas é. Em um clube como o Goiás, que ficou dois anos lutando contra o rebaixamento e sem ganhar o Estadual, há um desgaste para você fazer ele crescer. Foram dois Campeonatos Brasileiros tranquilos e um título goiano enquanto eu comandei o time. Não tenho nenhuma mágoa. São mais de 300 jogos, com sete títulos. Tenho um respeito muito grande pelo clube - disse Hélio.

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